O mutualismo é uma relação ecológica. Um tipo de interação (biológica ou social) onde todas as partes envolvidas se beneficiam. É um relacionamento entre espécies, onde um organismo ajuda o outro, como por exemplo, abelhas e flores. É uma coexistência interessante e inteligente que a natureza mantem, até como instrumento de sobrevivência. Vamos examinar alguns exemplos dessa parceria.
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1. Mutualismo: uma relação ecológica, uma parceria vantajosa
A natureza é pródiga em exemplos de coexistência vantajosa, e um dos mais estudados é o mutualismo entre certas espécies de plantas e formigas. No Brasil, essa interação pode ser observada em plantios da árvore exótica (que não é originária do Brasil) Acacia mangium, que estabelece uma fascinante parceria com várias espécies de formigas, trocando recursos por proteção.
2. Tipos de Mutualismo
Existem cinco tipos de Mutualismo:
- Mutualismo Obrigatório
No mutualismo obrigatório, numa relação entre duas espécies, ambas são completamente dependentes uma da outra. A maioria das simbioses, e algumas não simbióticas, são os melhores exemplos de mutualismo obrigatório.
Exemplo: a planta Yucca e a mariposa.
A planta Yucca habita o clima seco e árido do sudoeste dos Estados Unidos. A flor dessa planta depende da mariposa para o processo de polinização. Por sua vez, a mariposa se beneficia depositando seus ovos na flor e alimentando as larvas com as sementes.

Yucca elephantipes e a Tegeticula yuccasella
iúca e mariposa-da-iúca – mutualismo obrigatório

- Mutualismo Facultativo
No mutualismo facultativo, os parceiros podem coexistir sem depender um do outro. No entanto, eles formam uma relação difusa envolvendo uma mistura variável de espécies.
Exemplo: abelhas e plantas.
As abelhas coletam néctar e pólen para se alimentar, e, ao fazer isso, realizam a polinização das flores, garantindo a reprodução das plantas. No entanto, caso uma das espécies não encontre a outra, ambas conseguirão sobreviver por conta própria, embora sem os benefícios extras da interação.
flores e abelhas – mutualismo facultativo

- Mutualismo Trófico
Neste tipo de mutualismo, um parceiro fornece um nutriente ou alimento que o outro não consegue obter ou processar de forma eficiente sozinho, tornando a relação crucial (e, muitas vezes, obrigatória) para a sobrevivência e crescimento de ambos.
Exemplo: líquens
“Líquens: Os líquens são uma associação mutualística estabelecida entre um fungo e um micro-organismo fotossintetizante (alga ou cianobactéria). A alga ou cianobactéria é responsável por fornecer compostos orgânicos ao fungo, enquanto o fungo garante o ambiente adequado para o desenvolvimento do organismo fotossintetizante protegendo-o e retendo água e sais minerais.”

líquens- mutualismo trófico
- Mutualismo Defensivo
No mutualismo defensivo uma espécie oferece proteção ou defesa contra predadores, parasitas ou herbívoros à outra espécie. Em troca, a espécie protegida geralmente fornece um recurso nutricional ou outro tipo de benefício ao seu defensor.
Exemplo: a árvore Acacia mangium e formigas
A Acacia mangium e as formigas estabelecem uma relação mutualística defensiva: a planta fornece abrigo (em espinhos ocos ou no tronco) e alimento (néctar e/ou estruturas ricas em proteína) para as formigas, que, em troca, protegem a árvore de herbívoros, fungos e até mesmo de outras plantas que possam competir por espaço. Essa troca de benefícios mútuos garante a sobrevivência de ambos os organismos.

Acacia mangium e formigas – mutualismo defensivo

- Mutualismo Dispersivo
O mutualismo dispersivo acontece quando um animal recebe alimento (como néctar ou frutos) e, em troca, transporta o pólen ou as sementes da planta, beneficiando sua reprodução e dispersão. Este tipo de interação pode ser realizada por polinizadores (como abelhas) e dispersores de sementes (como aves e mamíferos).
Exemplo: erva-de-passarinho e guturamo-rei
Na relação entre o pássaro guturamo-rei e a planta hemiparasita (em parte parasita) erva-de-passarinho, as aves ingerem os frutos e as sementes são depositadas em galhos de árvores, por meio das fezes, onde germinam.

Santalacea sp e Cyanophonia cyanocephala
erva-de-passarinho e guturamo-rei – mutualismo dispersivo

3. Humanos e Plantas
O ser humano precisa de oxigênio para viver e as plantas usam o dióxido de carbono para a fotossíntese. Nesse caso, tanto o ser humano quanto as plantas se beneficiam mutuamente. Os seres humanos usam o oxigênio fornecido pelas plantas. Em troca, as plantas usam o dióxido de carbono, que é exalado pelos seres humanos.
Referências Externas
https://www.invivo.fiocruz.br/biodiversidade/mutualismo/
https://cienciadoamanha.com/2024/06/29/o-que-e-o-mutualismo/
