Lista de conteúdos
1. COP 30 e as Mudanças Climáticas – O Propósito da Conferência
O propósito central das COPs é debater, negociar e definir medidas para reduzir a emissão de gases do efeito estufa (GEE), estabilizar suas concentrações na atmosfera e encontrar soluções para os problemas ambientais que afetam o planeta. A meta principal é prevenir a interferência humana perigosa no sistema climático global, buscando limitar o aumento da temperatura média a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, conforme estabelecido no Acordo de Paris (adotado na COP21).
Mais sobre o Acordo de Paris:
Participação e Ações Efetivas
Quase todos os países do mundo (198 Partes) que ratificaram a UNFCCC ( Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), participam das COPs.
- Colaboradores com Ações Efetivas: Diversos países e blocos, especialmente aqueles signatários do Acordo de Paris, estão implementando Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) para reduzir suas emissões. Muitos investem pesadamente em:
- Transição Energética: Aceleração do uso de fontes renováveis (solar, eólica) e eliminação progressiva dos combustíveis fósseis.
- Tecnologias de Baixo Carbono: Desenvolvimento e transferência de tecnologias sustentáveis.
- Proteção Ambiental: Ações de combate ao desmatamento e preservação da biodiversidade.
- Financiamento Climático: Alocação de recursos para países em desenvolvimento executarem ações de mitigação e adaptação.

COP 30 e as mudanças climáticas
Ação: geração de energia alternativa (solar e eólica)

COP 30 e as Mudanças Climáticas – A Importância Crucial da Conferência
Para o Planeta
- Balanço Global: A COP 30 ocorrerá em um momento crucial para revisar a ambição dos países, 10 anos após o Acordo de Paris. Será o momento de fortalecer os compromissos para cumprir a meta de 1,5°C.
- Financiamento Climático: Espera-se a definição de um novo e ambicioso objetivo de financiamento climático para apoiar os países em desenvolvimento na adaptação e mitigação.
- Justiça Climática: O evento dará ênfase à Justiça Climática, abordando os impactos desiguais das mudanças do clima sobre as populações mais vulneráveis.
Para o Brasil
- Protagonismo Climático: Sede da COP 30, o Brasil se coloca no centro das negociações ambientais globais, podendo consolidar sua liderança e influência diplomática na pauta ambiental.
- Amazônia em Foco: Realizar o evento em Belém coloca a Amazônia e suas populações (indígenas, ribeirinhos, etc.) diretamente no centro do debate, aumentando a visibilidade e a pressão global pela sua preservação. O Brasil terá a chance de apresentar soluções baseadas em sua biodiversidade.
- Desenvolvimento Sustentável: O evento é uma oportunidade para impulsionar investimentos em bioeconomia, energia renovável e infraestrutura sustentável na região Norte, estimulando um modelo de desenvolvimento econômico de baixo carbono.
2. COP 30: O Brasil no Coração do Debate Climático Global

Belém – sede da COP 30
A Conferência das Partes, conhecida pela sigla COP (Conference of the Parties), é a reunião anual de todos os países que fazem parte da Convenção-Quadro das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC). Essa Convenção, estabelecida em 1994, é o principal acordo internacional para combater a mudança do clima.
A 30ª edição da Conferência, a COP 30, será realizada em Belém do Pará, Brasil, dia 10 de novembro de 2025. Por ocorrer na Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, esta edição ganha um significado especial e uma visibilidade inédita para as questões do Sul Global.
3. Posição do Brasil na COP 30
Em que condições o Brasil se apresenta nesta trigésima Conferência?
- Entrega das NDCs – ponto positivo
- NDCs, ou Contribuições Nacionalmente Determinadas, são compromissos assumidos por cada signatário do Acordo de Paris quanto a implementação de políticas e medidas para enfrentar as mudanças do clima. A atualização dessas medidas perante os outros países dá a medida exata de quanto se está progredindo no sentido de amenizar os problemas advindos das mudanças climáticas. Os signatários têm prazo para a entrega das NDCs, de acordo com o estabelecido no Acordo de Paris e o Brasil está em dia com os relatórios.
- Ações Contrárias – ponto negativo
- Na contramão estão duas ações do governo: o desmatamento em plena Amazônia para abrir uma estrada e a exploração de petróleo na foz do Amazonas.
- Desmatamento: a abertura de uma estrada para melhorar o acesso à capital paraense, que estima receber mais de 50 mil pessoas para o evento da COP 30, recebeu críticas de ambientalistas. Embora o governo do estado garanta a sustentabilidade da estrada, não parece coerente desmatar uma área preservada da Amazônia e desprezar tanto a absorção de carbono que ela oferece quanto a preservação da biodiversidade local. Além disso, as comunidades locais se queixão de perder suas colheitas e de não receberem qualquer tipo de ajuda ou indenização pelos prejuízos.
- Poço exploratório: o sinal verde para a Petrobrás perfurar um poço exploratório na bacia da foz do Amazonas não condiz com o comprometimento do Brasil em relação à transição energética.
- Proposta: o presidente Lula anunciará oficialmente na COP 30 o Fundo Florestas Tropicais para Sempre – que ganhou a sigla TFFF em inglês. A proposta é manter um fundo que receberá aportes de governos e entidades privadas, recompensando países com florestas tropicais que se comprometam a desenvolver projetos para a redução do desmatamento.
4.O Negacionismo Climático
O negacionismo climático refere-se à rejeição ou minimização das evidências científicas de que a mudança do clima é real, está ocorrendo rapidamente e é causada pela ação humana.
- Países/Grupos que Negam ou Resistem: Embora o negacionismo explícito de governos seja menos comum hoje em dia, em grandes potências (o consenso científico é esmagador), a resistência à ação ambiciosa persiste. Essa resistência é muitas vezes impulsionada por grupos de interesse e setores econômicos (principalmente de combustíveis fósseis) com forte influência política. O negacionismo é frequentemente associado a movimentos de extrema-direita em vários países.
- Porquê: As principais razões para a negação ou resistência são:
- Interesses Econômicos: O alto custo e o impacto nos lucros da transição energética (substituição de combustíveis fósseis por fontes limpas).
- Ideologia Política: Uma aversão a regulamentações governamentais e acordos multilaterais, vendo-os como uma ameaça à soberania ou ao livre mercado.
- Desinformação e Polarização: Campanhas de desinformação orquestradas para minar a ciência climática e criar dúvidas na opinião pública.
- Agência de Proteção Ambiental (EPA) – Apesar do negacionismo do presidente Donald Trump, cidades e estados americanos seguem lutando para manter uma prática de combate às mudanças climáticas através da EPA. Nem todos americanos são negacionistas.
5. Progresso X Preservação – Uma Reflexão
“Nós, humanos, somos o centro do Universo”
Essa é uma visão que aprendemos a ter sobre nós. O mundo gira à nossa volta; seja porque nos consideramos a espécie mais inteligente do planeta, seja pela capacidade de aprendizado, pelo dom da fala, por nosso corpo ereto – enxergando tudo de cima – ou pela habilidade criativa. Tudo o mais é inferior e está condicionado às nossas necessidades.
Não fomos acostumados a enxergar os outros seres como parte de uma comunidade, onde a interação deve respeitar as necessidades de cada um, no ambiente compartilhado.
Atingimos o progresso. Nos cercamos de segurança, evitando a agressão de feras e a invasão de nossos lares por bestas selvagens. Nos proporcionamos conforto, abundância, riquezas materiais. A humanidade evoluiu e devemos isso à nossa inteligência. Mas, no curso dessa evolução, esquecemos que nosso bem maior – a natureza e toda sua exuberância -, que nos permitiu crescer e prosperar, precisava de atenção, cuidado, preservação, espaço, respeito, para que os recursos advindos dela não perecessem.
Nosso planeta é uma orquestra. Quando falta um instrumento a música já não tem os mesmos ritmo, beleza e harmonia.
Referências Externas
https://www.bbc.com/portuguese/articles/cp8v44gdjr2o
