Como me tornei paisagista profissional: minha trajetória de aprendizados

Uma virada inesperada: da tradução a paisagista profissional

Meu nome é Isabel Mesquita, e minha história com o paisagismo começou de forma inusitada. Sou formada em tradução da língua inglesa, mas foi a paixão pela forma, pela composição e pelos efeitos visuais que me guiou rumo a uma nova profissão. “História da Arte” e “História da Arte no Brasil” foram duas disciplinas que cursei na UNICAMP, como aluna especial. Logo depois, aprofundei minha relação com a representação visual ao estudar “Desenho Arquitetônico”.

Essas experiências despertaram em mim um desejo: criar espaços que provocassem sensações — de paz, aconchego, surpresa. Comecei a buscar caminhos e encontrei o paisagismo profissional.



A base técnica: dos cursos ao campo

Meu primeiro passo profissional foi o curso de paisagismo em Holambra/SP, ministrado pelo paisagista holandês Gustaaf Winters. Foi ali que comecei a entender a estrutura de um projeto paisagístico. Mas faltava algo: conhecer de verdade o mundo das plantas.

Para isso, me inscrevi no “Curso Municipal de Jardinagem”, promovido pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo. Foi um divisor de águas. Durante um ano e meio, estudei sobre espécies vegetais, suas características, exigências, usos e cuidados. Complementei essa etapa com um semestre de “Recursos Paisagísticos” e ainda cursei “Desenho de Observação para Paisagismo” em Campinas.

A essa altura, eu já sentia que não havia mais volta. Eu queria — e precisava — viver do paisagismo.


Isabel Mesquita em campo com plantas tropicais durante projeto de paisagismo

Primeiros trabalhos como paisagista profissional e desafios no mundo corporativo

Iniciei minha carreira no paisagismo profissional em Campinas e cidades vizinhas. Trabalhei para construtoras e gerenciadoras de obras, e logo percebi que não queria estar presa a contratos formais. Fundar uma empresa me deu liberdade para prestar serviços a várias organizações.

Nessa fase, atuei em obras corporativas de grande porte. Foi um período de muito aprendizado. Os projetos eram aprovados com facilidade, mas os desafios começavam no financeiro: negociações duras, parcelamentos condicionados a medições de obra, exigência de investimento inicial do próprio bolso. Para dar conta, precisei me transformar numa excelente negociadora. E, para driblar as demandas de minha empresa precisei acumular várias funções; criativa, compradora, vendedora, coordenadora, gestora e relações públicas.

E é assim que a gente aprende: na prática, enfrentando e resolvendo.


Atendimento a pessoas físicas: técnica e empatia

Depois de anos no mundo corporativo, comecei a trabalhar com pessoas físicas. É uma relação diferente. Envolve afetos, desejos familiares, conflitos entre gostos. Mas também traz algo muito bonito: a possibilidade de construir relações próximas e verdadeiras.

Tornei-me amiga de muitos dos meus clientes. Mas não se engane: há uma linha tênue entre empatia e excesso de informalidade. Na hora de resolver problemas e sugerir caminhos precisamos ser firmes. Afinal, quem detém a técnica é o profissional. Como paisagistas profissionais, precisamos ser também mediadores. Ajudar a família a não perder de vista o propósito do projeto, ouvir as várias vozes e encontrar o ponto de equilíbrio. É um exercício de escuta e sensibilidade — e também de firmeza.


Caderno de croquis e livros de arte sobre uma mesa com esboços de paisagismo

Uma jornada de construção

Hoje, olhando para trás, vejo como cada etapa — os estudos, os erros, os orçamentos difíceis, os elogios e até as plantas que não vingaram — moldaram minha atuação como paisagista profissional. Tento sempre compartilhar essa bagagem com quem está começando ou pensando em mudar de área.

Se você é um arquiteto, um engenheiro, que quer entender melhor a relação do verde com as edificações, ou apenas alguém apaixonado por plantas e espaços, venha descobrir que o paisagismo é uma arte. É criar experiências vivas, transformadoras. E é possível, sim, começar de onde você está — com curiosidade, disposição e, claro, muita prática.

Seja bem-vindo ao Seu Mandacaru. Aqui, você encontra mais do que dicas: encontra uma caminhada compartilhada, com os erros e acertos de quem vive a profissão de forma intensa, sincera e apaixonada.


Referências internas

Preparando o orçamento: itens essenciais

Primeira reunião com o cliente

Trabalhar com pessoa física: mediação e empatia

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