Como fazer um bom orçamento de paisagismo

Elaborar um orçamento de paisagismo vai muito além de somar plantas e mão de obra. É uma etapa delicada, que exige técnica, sensibilidade e estratégia. Neste post, trago minha experiência prática — acumulada ao longo de mais de 30 anos na profissão — para ajudar você, paisagista iniciante ou em transição de carreira, a evitar frustrações e criar propostas mais certeiras e profissionais.



Tipos de orçamento de paisagismo

1. Orçamento apenas para o projeto

Este modelo é indicado quando o cliente ainda não definiu se fará a execução com o próprio paisagista. Também é útil quando há incertezas sobre o momento da implantação, como em casas ainda em obras ou imóveis que serão vendidos.

Em que consiste a criação e desenvolvimento de um projeto de paisagismo. Passos:

  1. Conhecer as demandas do cliente
  2. Conhecer o espaço e ter em mãos as medidas. Melhor é conseguir a planta baixa com o cliente.
  3. Contemplar o espaço e deixar a imaginação te levar para vários caminhos possíveis
  4. Avaliar o entorno; a arquitetura presente e elementos já existentes como árvores, muros, bancos, escadas, etc
  5. Com essas informações e sensações adquiridas é hora de começar a planejar o espaço com a ajuda de alguns esboços
  6. Determinar as espécies a serem usadas
  7. Entregar uma planta baixa com o desenho final, em escala
  8. Entregar a lista das plantas com as informações sobre quantidade, porte

Nesse caso, cobro apenas pelo projeto e, caso depois o cliente opte por realizar a execução comigo, dou um desconto no valor do projeto.

2. Orçamento para projeto e execução

Aqui, o orçamento de paisagismo contempla o projeto e a implantação do jardim. E é justamente no porte das plantas que mora um dos maiores pontos de atenção.

Plantas maiores (e mais caras) representam não só um visual mais impactante no curto prazo, mas também exigem mais logística. Por que plantas adultas valem mais?

  • Ficam muito tempo no viveiro, o que implica em mais custos com água, luz, adubo e mão de obra
  • Ocupam espaços maiores no viveiro em detrimento de outras plantas
  • Mais volume no transporte, necessitando de veículo maior e mais caro
  • E, claro, impacto direto no valor final do orçamento

É essencial considerar tudo isso e apresentar opções compatíveis com a expectativa visual do cliente e o seu bolso.

3. Orçamento baseado na verba do cliente

Este tipo é o mais delicado — e talvez o mais comum no dia a dia. A pergunta “Você já tem uma verba estimada para o paisagismo?” costuma ser respondida com evasivas. Poucos clientes revelam esse dado com clareza, esperando, talvez, que o profissional entregue mais por menos.

Mesmo grandes empresas fazem isso. Por mais que já exista uma verba estipulada, muitas vezes o cliente espera que o seu orçamento o surpreenda.

Minha dica é: insista com delicadeza. Explique que saber a verba disponível permite propor um projeto mais realista, viável e satisfatório para ambas as partes. Caso contrário, você corre o risco de encantar o cliente com algo que ele não pode pagar.


O que influencia no valor final do orçamento de paisagismo

Porte e tempo de viveiro

Como já disse, o tamanho da planta é um dos principais fatores que encarecem (ou barateiam) o orçamento de paisagismo. O viveirista cobra, com razão, pelo tempo que manteve aquela planta saudável e bonita. É como comprar um móvel pronto: você paga não só pelo material, mas pelo tempo de execução e acabamento.

Transporte e logística

Plantas maiores ocupam mais espaço, exigem veículos especiais e, muitas vezes, mais de um carregador para o manuseio. Isso tem que estar no seu radar — e no orçamento também.


Estratégias para trabalhar com verba pré-definida

Trabalhar com uma verba definida desde o início pode ser libertador. Permite foco, criatividade direcionada e menos refações. Eis algumas estratégias que funcionam bem:

1. Apresente opções

Monte duas ou três versões do projeto:

  • Uma dentro da verba estipulada
  • Uma mais enxuta (caso o cliente queira começar com o essencial)
  • Uma mais robusta, mostrando como o projeto poderia evoluir

Isso mostra profissionalismo e visão estratégica.

2. Faça escolhas conscientes

Use plantas de crescimento rápido e boa cobertura. Combine espécies de diferentes portes, sem comprometer o visual.

3. Priorize áreas mais usadas

Em jardins residenciais, priorize ambientes de convivência. Em projetos comerciais, aposte em entradas e recepções. Isso valoriza o investimento e aumenta a satisfação do cliente.


Conclusão: mais do que números, é uma conversa

Montar um orçamento de paisagismo é construir uma ponte entre o sonho do cliente e o que é possível dentro de uma realidade técnica e financeira. Requer escuta, flexibilidade e firmeza.

Por isso, seja qual for o tipo de orçamento que você for montar, nunca deixe de lado a clareza, a honestidade e o embasamento técnico. É isso que transforma uma proposta em confiança.

E lembre-se: um bom orçamento é aquele que respeita o cliente, valoriza o seu trabalho e faz brotar um jardim viável — e encantador.


Referências internas

“Escolha de fornecedores: critério e confiança”

“Preparando o orçamento: gastos previsíveis e itens a considerar”

Como se apresentar ao cliente na primeira reunião

Projeto e execução: dando asas à imaginação

“A importância do solo e da análise química”

Inspire-se e Transforme

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